Era uma vez um ser

Era uma vez um ser estranho. Parecia humano, mas não era. Tinha o rosto fechado e vestia vestes compridas. Na aldeia, diziam que a sua missão era fazer o mal. Aterrorizava as pessoas à sua passagem. Ao ouvir o barulho que fazia ao arrastar-se, as pessoas estremeciam, em especial as mais pequenas.

Certo dia, enquanto caminhava no bosque, uma menina pequena e cabisbaixa deteve-se numa árvore. Parecia que ouvia esse ser estranho e sem nome. Sentou-se à sombra do carvalho, a brincar com as suas bonecas. Ouviu um estrondo mas não percebia de onde vinha. De repente, viu um clarão no céu e surgiu-lhe um ser que parecia retirado de um filme de ficção. Este ser perguntou-lhe o que fazia ali. -Estou a brincar, respondeu a menina, meio assustada. O ser alto e estranho replicou-lhe: sabes uma coisa? As coisas nem sempre são o que parecem. - Como assim?, interrogou a pequena.

-Olha, quando fores adulta, nem tudo vai fazer muito sentido. Tal como eu que pareço assustador e mau, mas na verdade sou apenas um ser diferente e que não prejudica ninguém.

A menina olhou muito séria para o ser grande e luminoso que tinha à sua frente, a tentar perceber o que este lhe queria dizer.

- Um dia vais lembrar-te deste momento e vais perceber o seu significado. O que importa na vida não é o que parece ser. O mais precioso é o que tens no teu coração. Segue o teu coração e tudo vai fazer mais sentido, assegurou-lhe.

Como um truque de magia, o ser estranho e alto evaporou-se numa nuvem de fumo.

A criança não tinha a certeza do que acabara de acontecer, mas ergueu-se e retornou o seu caminho. Sorria ao lembrar este encontro singular que acabara de ter. Murmurou para si mesma: nem tudo é o que parece. Com o coração quente, seguiu caminho, com a certeza de que algo mágico tinha acabado de acontecer. ❤

E tu, concordas com a moral da história?