O menino corajoso
- Patrícia Valente
- 20 de mai. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 9 de ago. de 2022
Salvador acordou a meio da noite: sentia-se inquieto e tinha tido um pesadelo. Não conseguia desligar-se de uma situação que ocorreu na escola. Sempre foi um menino corajoso e sensível.
Eram quatro horas da manhã quando relembrou o sucedido: uns rapazes mais velhos implicaram com ele, à hora do almoço, insultaram-no e atiraram-lhe a bandeja da comida para o chão, à frente de todos os colegas.
Salvador não entendia a razão por que algumas pessoas eram más para os outros, quando não tinha feito nada de mal. Sentia-se revoltado e não tinha com quem falar. Enquanto remoía o episódio, tentava acalmar-se, acabando por adormecer a chorar.

No dia seguinte, o rapaz sentia-se angustiado, enquanto ia a pé para a escola. A certa altura, cruzou-se com um senhor mais velho que o abordou e perguntou se tinha acontecido algo. O homem garantiu-lhe que era seguro e que era bom conversar sobre o que sentimos. O menino olhava para o desconhecido e, hesitante, resolveu falar que o tinham maltratado.
Então, o indivíduo olhou para ele com doçura e disse-lhe: - “Nas nossas vidas, há pessoas que vão ser desagradáveis, sem motivo aparente. O importante é a forma como reagimos às situações. O outro pode tratar-nos mal, mas não podemos deixar que isso nos afete, porque não merecemos. Da próxima vez, fala com alguém. Combinado?” Salvador acenou com a cabeça e prosseguiu caminho.
Alguns dias depois, o evento repetiu-se. Mas desta vez, ele falou sobre o acontecimento na escola e os meninos foram repreendidos. O incidente não voltou a acontecer.
Salvador sentia-se contente. Já não tinha pesadelos e não se sentia com medo de ir à escola. Recordava as palavras daquele senhor simpático que encontrou: "o essencial é a forma como reagimos às situações", murmurou para si e sorriu, sentindo-se feliz com o desfecho.







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